Os estudantes que realizaram o exame de História A do ensino secundário (12º ano) nos últimos dez anos (2011-2019) denotam uma muito baixa proficiência escolar dado as médias nacionais variarem entre os 9,0 e os 11,0 valores. Partindo desta evidência estatística, o projeto HistoMap visa mapear as políticas, práticas e resultados curriculares desenvolvidos nos ensinos básico e secundário de modo a identificar, problematizar e apontar alternativas para a qualificação da literacia/aprendizagem da História em contexto da escolaridade obrigatória.
O projeto tem vários focos de trabalho, como, por exemplo: a análise dos dados disponíveis em repositórios institucionais sobre a docência, desempenho escolar e resultados nas provas de avaliação externa provas de avaliação sumativa externa (exames de aferição e exame nacionais) nas disciplinas de História; a recolha das atitudes, representações e práticas de estudantes e de professores face ao trabalho escolar na disciplina; a entrevista de decisores, investigadores, técnicos de educação e membros de organizações profissionais; o estudo de três casos paradigmáticos de escolas agrupadas ou não agrupadas com perfis e resultados diversos nas provas nacionais de História. Neste quadro, o desenho metodológico do projeto é orientado por um conjunto de métodos quantitativos e qualitativos, de modo a produzir conhecimento empiricamente enraizado e significativo.
A atitude que percorre o projeto é, na sua essência, de natureza científica (produzir e transferir conhecimento), educativa (desenvolver soluções que concorram para o aprofundamento do sentido científico, cultural, cívico e antropológico do trabalho escolar nas aulas de História, tendo em particular atenção a área de desenvolvimento profissional docente) e de sentido público (conhecimento produzido com a finalidade de apoiar decisões racionais em matéria da promoção da educação histórica e orientado por uma política de acesso livre aos resultados que forem sendo apurados). Importa sublinhar que este projeto foi concebido para uma execução presencial junto de várias entidades, coletivas e individuais, e que por motivo do isolamento social a que professores e estudantes estão obrigados atualmente (sem data de conclusão) pela pandemia do “severe acute respiratory syndrome coronavirus 2 (SARS-CoV-2)”, ou COVID-19, poderá ter de ser realizado, em parte ou na íntegra, de modo mediado por tecnologias de informação e comunicação síncrona (entrevistas) e assíncrona (aplicação de inquéritos), todas elas de base eletrónica.